Ela entrou na base de treinamento das Forças Especiais da Marinha Portuguesa usando um batom vermelho impecável e carregando apenas uma bolsa de tiro. Os operadores na fila começaram a rir. “Influencer perdida?”, um sussurrou. Ela não disse nada, apenas ajustou o boné. Foi então que o instrutor, ao passar, viu um pequeno distintivo na gola do seu casaco: “ATIRADORA DE ELITE”. Tudo mudou naquele momento.
“Antes de continuarmos, diga-nos de onde está a acompanhar esta história. E se esta história tocou no seu coração, não se esqueça de subscrever o canal—amanhã guardei algo especial para si!”
O sol da manhã em Lisboa projetava sombras longas no caminho de cimento que levava ao Centro de Treino de Guerra Naval. Mesmo às 07h00, o ar úmido trazia o cheiro salgado do Tejo misturado com o odor acre da pólvora dos campos de tiro próximos. Era ali que os melhores guerreiros de Portugal vinham provar o seu valor, onde milímetros faziam a diferença entre o sucesso e o fracasso.
A base fervilhava com a energia habitual do amanhecer. Os operadores das Forças Especiais moviam-se com eficiência, misturando conversas técnicas e brincadeiras. Era o dia das qualificações de tiro de precisão, onde apenas os melhores avançariam para treino especializado.
Na fila, um grupo de operadores experientes aguardava a sua vez nos alvos a mil metros. Não eram recrutas—eram veteranos com várias missões, homens que conquistaram o seu lugar com sangue, suor e horas incontáveis de treino. O equipamento estava gasto mas impecável, a postura confiante mas não arrogante. Sabiam que eram bons porque já o tinham provado.
Foi então que ela apareceu.
Inês Monteiro entrou pelo portão com uma confiança silenciosa que não precisava de se anunciar. Vestia calças táticas e um casaco preto justo, o cabelo loiro preso num rabo-de-cavalo regulamentar. As botas estavam amaciadas mas bem cuidadas, sinal de alguém que passava muito tempo em pé. Tudo nela era profissional—exceto o batom.
Um vermelho vivo, aplicado com precisão, destacando-se como um farol num mundo de camuflagem e equipamento militar. Trazia uma única bolsa de tiro ao ombro e caminhava com passos firmes, como quem sabe exatamente onde pertence.
Os operadores repararam nela imediatamente.
“Está perdida, menina?”, perguntou o Sargento-Chefe João Ribeiro, mais divertido do que hostil. “A entrada de visitantes é no outro lado.”
Inês parou, deixou a bolsa no chão e tirou um papel dobrado do bolso. “Inês Monteiro, contratada civil. Tenho reserva para as 07h30.”
As risadas começaram como um murmúrio e espalharam-se como uma onda.
“Reserva de tiro?”, o Cabo Miguel Santos riu, cutucando o colega. “Vais filmar um tutorial de maquilhagem?”
“Ou talvez fotos para o Instagram”, outro acrescentou.
Inês não reagiu. Dobrou o papel, guardou-o e manteve a expressão neutra.
“Falando a sério”, Ribeiro continuou, num tom mais formal, “isto é uma instalação militar restrita. As qualificações são apenas para pessoal ativo. Alguém cometeu um erro.”
O grupo concordou. Aquele era o seu território, a sua prova, a sua irmandade. A ideia de uma civil—e com batom—exigir acesso parecia absurda.
Inês afastou-se e esperou na sombra, verificando a bolsa com movimentos precisos.
“Pode esperar o tempo que quiser”, cochichou Santos. “Nunca vão deixá-la disparar connosco.”
O que não viram foi a figura que se aproximava. O Mestre José “Touro” Almeida, responsável pelo programa de tiro há quinze anos, vira tudo—mas o que o fez parar foi o distintivo na gola de Inês: “ATIRADORA DE ELITE, DIVISÃO DE PRECISÃO”.
Aquilo não era um adereço qualquer. Era emitido por uma organização que operava nas sombras, onde os melhores atiradores do país trabalhavam sem reconhecimento público. A mulher ali sentada não era uma civil qualquer—era uma lenda, e os seus homens tinham-se rido dela durante dez minutos.
“Preparar e narrar esta história levou muito tempo. Se está a gostar, subscreva o canal. Agora, de volta à história.”
O calor aumentava, mas ninguém reparava. Inês preparou-se para provar que o batom nada tinha a ver com a sua capacidade—e que às vezes, os heróis mais silenciosos são os mais letais.