Rico chega mais cedo em casa… e fica chocado com o que vê

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O milionário chega mais cedo a casa e quase desmaia com o que vê. Rodrigo Almeida jamais se sentira tão perdido como nos últimos meses. O empresário de sucesso que dirigia uma das maiores construtoras de Lisboa descobrira que todo o seu dinheiro não valia de nada quando se tratava de curar o coração partido de uma menina de 3 anos.

Foi então que decidiu sair mais cedo da reunião com os investidores. Algo dentro dele o puxava para casa, uma sensação estranha que não conseguia explicar. Ao abrir a porta da cozinha da sua mansão na Lapa, Rodrigo teve que se segurar no batente para não cair.

Sua filha Inês estava nos ombros da empregada, as duas cantando uma cantiga de embalar enquanto lavavam a loiça. A menina ria de um jeito que ele não via há meses. “Agora esfrega bem aqui em baixo, princesa”, dizia Joana, a empregada, guiando as mãozinhas da criança. “Muito bem, que menina inteligente tu és.” “Tia Joaninha, posso fazer bolhas com o sabão?”, perguntou Inês com uma voz cristalina que Rodrigo julgara perdida para sempre.

O empresário sentiu as pernas tremerem. Desde que Catarina partira vítima de um acidente de carro, Inês não pronunciava uma só palavra. Os melhores psicólogos infantis do país asseguravam que era normal, que a menina precisava de tempo para processar a perda. Mas ali, naquela cozinha, ela conversava naturalmente como se nada tivesse acontecido.

Joana notou sua presença e quase deixou a menina escorregar. “Senhor Rodrigo, não esperava que viesse…”, começou a explicar-se, visivelmente nervosa. “Papá!”, gritou Inês, mas logo encolheu-se como se tivesse feito algo errado. Rodrigo correu para o escritório, batendo a porta atrás de si. Suas mãos tremiam enquanto servia um copo de vinho do Porto.

A cena que presenciara perturbava-o de um modo que não compreendia – como aquela jovem conseguira em poucos meses o que ele não conseguira, como sua própria filha falava com a empregada de um jeito que já não falava com ele.

Na manhã seguinte, Rodrigo fingiu sair para o trabalho como sempre, mas estacionou o carro a algumas ruas de distância e voltou a pé. Precisava entender o que se passava em sua própria casa. Entrou pelos fundos e dirigiu-se ao escritório, onde instalou rapidamente algumas câmaras que comprara no caminho.

Durante toda a semana seguinte saía mais cedo para ver as gravações. O que descobriu deixou-o ainda mais perturbado. Joana Fernandes, de apenas 24 anos, transformava cada tarefa doméstica num jogo educativo. Conversava com Inês sobre tudo – desde as cores da roupa que dobavam até os ingredientes da comida que preparavam.

“Olha, princesa, quantas cenouras temos aqui?”, perguntava Joana cortando os legumes. “Uma, duas, três, cinco”, respondia Inês batendo palmas. “É isso mesmo, és muito esperta. Sabes por que a cenoura é laranja?” “Não sei, tia Joaninha.” “Porque tem uma vitamina especial que fortalece os nossos olhos para ver tudo de bonito neste mundo.”

Rodrigo observava essas cenas com uma mistura de gratidão e ciúme. Gratidão porque a filha claramente se recuperava. Ciúme porque ele não sabia criar aquela ligação que parecia tão natural entre as duas.

As gravações também revelaram algo que o inquietou. Dona Lurdes, a governanta que trabalhava na casa há 20 anos, observava Joana com constante desconfiança. A mulher de 62 anos, que ajudara a criar o próprio Rodrigo, claramente desaprovava os métodos da empregada mais jovem.

“Joaninha, estás a passar dos limites”, ouviu Rodrigo dizer a Lurdes numa das gravações. “Não é teu papel educar a menina. Contrataram-te para limpar a casa.” “Dona Lurdes, só estou a tentar ajudar”, respondera Joana com voz suave mas firme. “A Inês é uma menina muito especial.” “Especial ou não, não é da tua conta. Faz o teu trabalho e pronto.” A tensão era palpável mesmo através do ecrã.

Rodrigo percebera que dois mundos diferentes colidiam em sua casa, e ele estava no meio de uma guerra silenciosa que nem sabia existir. Na quinta-feira daquela semana, recebeu uma chamada que mudaria tudo. Era da diretora do infantário onde Inês começara a frequentar recentemente.

“Senhor Rodrigo, tenho uma ótima notícia”, disse a professora Ana. “A Inês finalmente começou a interagir com as outras crianças. Hoje brincou na casinha com outras três meninas e contou histórias sobre como ajuda a tia Joaninha em casa.” Rodrigo deixou cair os papéis que tinha nas mãos.

“Como assim, professora?” “Disse que aprende a cozinhar, a arrRodrigo olhou pela janela do escritório enquanto Inês e Joana colhiam flores no jardim, e compreendeu que a verdadeira riqueza não estava nos números da sua conta bancária, mas nos laços simples e puros que uniam os corações.

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