Quase perdi o emprego por ajudar um idoso caído… até o CEO entrar e chamá-lo de ‘pai’!

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“Ó meu, sai da frente, velhote, a sério, mexe-te!” A voz, fina e arrogante, cortou o ar pesado do elevador apinhado na movimentada Torre Almeida, no coração de Lisboa.

“Como te atreves a pôr a mão em um idoso?”, respondeu outra voz, clara e firme, surpreendendo a todos. “O elevador já estava cheio quando entraste. Se alguém tem de sair, devias ser tu.”

A mulher que falou, uma loira de traços duros num fato de poder caríssimo, virou-se bruscamente.
“Quem te pensas que és para me mandar sair? Sabes quem eu sou? Ou a minha ligação direta ao João Almeida, o próprio presidente?” Os seus olhos, estreitos como fendas, fitaram o recém-chegado com desdém. “Não interessa quem sejas. Pede desculpa já.”

Uma jovem, Beatriz Santos, piscou os olhos. Esta mulher está cega? Como ousava desafiar abertamente a Carolina Vaz, a estrela sénior da Almeida Empresas? Beatriz sabia que Carolina tinha má fama, e naquele dia havia entrevistas para muitos candidatos, incluindo ela.

“Ela está aqui para uma entrevista”, murmurou um observador nervoso. “Já se lixou por ter ofendido a Carolina.”

Beatriz abanou levemente a cabeça. Não vale a pena, pensou, virando-se para o idoso, que ainda parecia atordoado.
“Senhor, está bem?”, perguntou com voz suave, mostrando preocupação genuína.

Ele sorriu, fraco.
“Estou bem, obrigado, menina. E fico feliz por ver que você também está.” Parou, fitando-a com calor. “Como te chamas, querida?”

“Beatriz Santos.”

“Trabalhas aqui, na Almeida Empresas?”, perguntou ele, os olhos fixos nela.

“Não, senhor. Na verdade, vim para uma entrevista”, respondeu Beatriz, com um sorriso esperançoso.

Ele sorriu, largo.
“Então acredito em ti, Beatriz. Tenho a certeza que vais conseguir.”

As palavras simples dele trouxeram-lhe um calor inesperado.

“Obrigada, senhor”, respondeu ela, exatamente quando o elevador parou e as portas se abriram.

A multidão saiu, deixando Beatriz e alguns outros a caminho do departamento de Recursos Humanos.
“Será que conhecemos o Sr. Almeida hoje?”, murmurou alguém ao lado dela.
“Porque é que ele viria a entrevistas de ‘ninguéns’?”, gozou outro. “A menos que chegue à sala executiva, dificilmente falarás com o presidente Almeida.”

“Beatriz Santos?”, chamou uma voz clara da receção.
“Presente”, respondeu ela, avançando.
“Podes entrar para a entrevista.”

Entretanto, num apartamento de luxo em frente ao Parque Eduardo VII, em Lisboa, João Almeida, CEO da Almeida Empresas, falava ao telefone, frustrado:
“Sr. Silva, a nossa equipa não estava no aeroporto para buscar o avô. Verificou a casa antiga dele em Cascais? Também não está lá. Maldito avô! Ainda estás a recuperar? Porque raio voltaste a Portugal sem avisar?”

Uma voz rouca trovejou do outro lado:
“Tens a lata de me perguntar? Passou um ano, João! Um ano desde que prometeste apresentar-me a minha nora. Onde ela está? Já te casaste sequer?”

João suspirou, esfregando a ponte do nariz.
“Avô, mostrei-te a certidão de casamento.”

“Só a capa, rapaz! Pensas que estou gagá? Não quero papéis, quero vê-la. Se não a conhecer, juro que… morro aqui mesmo!”

João cedeu, sabendo que resistir era inútil.
“Está bem, está bem. Se prometes recuperar, apresento-ta. Um mês, sim? Só isso.”

O idoso bufou, aceitando com relutância, e acrescentou:
“Ah, e uma rapariga chamada Beatriz Santos teve entrevista hoje na tua empresa. Contrata-a.”

João arqueou uma sobrancelha.
“Avô, a empresa contrata por mérito, tu sabes.”

“Se chegou à entrevista, já mostra capacidade. Essa rapariga, Beatriz Santos… é gentil e bonita. Gostei. Muito.”

João conteve outro suspiro.
“Pronto, pronto. Contrato-a. Satisfeito?”

Em Lisboa, Beatriz entrou na sala de entrevistas. Cumprimentou a mesa com nervosismo e entregou o currículo.

À cabeceira estava Carolina Vaz. Ao vê-la, sorriu com desprezo.
“Olha, que coincidência.”

Beatriz sentiu o coração afundar. Estou perdida.

“Sai daqui”, ordenou Carolina, abanando a mão.

“Nem sequer viu o meu currículo”, respondeu Beatriz com um lampejo de rebeldia.

“Não preciso. Lixo como tu não pertence aqui.”

Nesse momento, a porta abriu-se. Entrou João Almeida, imponente, cada passo impondo silêncio.

Beatriz, indignada, não se conteve:
“Está a rejeitar-me só porque a enfrentei no elevador, não é?”

Carolina sorriu, satisfeita.
“E se for? Humilhaste um idoso, e isso foi errado.”

“E se pudesse, faria de novo”, replicou Beatriz, firme. “Com entrevistadoras como a senhora, prefiro desistir.”

Carolina encolheu os ombros.
“Lá contigo.”

João, que observara em silêncio, falou por fim. Os olhos dele cravaram-se em Beatriz.
“Quem é Beatriz Santos?”

“Sou eu”, respondeu ela, surpresa.

Ele folheou o currículo abandonado.
“Estudaste design? O nosso departamento precisa de mais gente?”

“Estamos completos, senhor”, apressou-se a responder um gestor.

“Então que comece como assistente na secretaria. Rui Silva, trata da entrada dela.”

“Sim, senhor”, respondeu Rui, confuso, levando Beatriz para fora.

Carolina fulminou-a com o olhar.
“Esta já tenta seduzir o Almeida. Vai ver o que lhe acontece…”

Mais tarde, no escritório, Beatriz mal se instalara quando uma voz grosseira soou:
“Então és a nova ‘menina bonita do escritório’, é?”

Era Tiago Rocha, chefe de marketing, que se aproximou com olhar lascivo e tentou tocar-lhe no braço.

“O que estás a fazer?”, Beatriz afastou-o com uma bofetada.

Tiago arregalou os olhos, indignado.
“Tens coragem de me bater?”

“Assediastes-me. A bofetada foi misericórdia”, respondeu Beatriz, firme.

Carolina apareceu de repente, gritando:
“Sr. Almeida! Veja o que se passa aqui!”

João saiu do gabinete com o sobrolho franzido.
“O que aconteceu?”

Beatriz não hesitou:
“Ele assediou-me! Tocou-me!”

Tiago mudou a expressão num instante:
“Não, Sr. Almeida! Ela usou-me para subir. Foi ela quem me insinuou coisas. Quem deixou entrar esta manipuladora? Despede-a já!”

Beatriz, furiosa, apontou para ele:
“Foi ela que a contratou!”

João ficou em silêncio por um momento, com uma centelha estranha nos olhos.

Tiago, pensando que ganhara, sorriu com arrogância.

João falou, voz fria e decisiva:
“Fora. Ouviste? Fora!”

Beatriz sobressaltou-se.
“Porque me despede a mim, se claramente foi ele que me assediou?”

João suspirou, massageando as têmporas.
“Referia-me a ele. Não a ti.”

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