Quase perdeu o emprego por ajudar um idoso… até o CEO revelar quem ele era!

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**Diário Pessoal**

“Ó velho, sai da frente, por amor de Deus, anda lá, desvia-te!” A voz, aguda e arrogante, cortou o ar já tenso do elevador apinhado na movimentada Torre Almeida, no coração de Lisboa.

“Como te atreves a pôr as mãos num idoso?”, respondeu outra voz, clara e firme, surpreendendo a todos. “O elevador já estava cheio quando entraste. Se alguém tem de sair, devias ser tu.”

A mulher que falou, uma loira de traços duros num fato de luxo caríssimo, virou-se com um sobressalto.
—Quem te achas que és para me mandar sair? Sabes sequer quem eu sou? Ou a minha ligação direta ao senhor Almeida, o presidente da empresa? —Os seus olhos, estreitos como fendas, fitaram o recém-chegado com desdém—. Não importa quem sejas. Pede desculpas já.

Uma jovem, Leonor Mendes, pestanejou. Esta mulher está cega? Como ousa enfrentar abertamente a Beatriz Rosa, a estrela sénior da Almeida & Filhos? Leonor sabia que Beatriz tinha má reputação, e naquele dia havia entrevistas para vários candidatos, incluindo ela.

“Ela está aqui para uma entrevista”, murmurou alguém nervoso. “Já se queimou ao ofender a Beatriz.”

Leonor abanou ligeiramente a cabeça. Não vale a pena, pensou, voltando-se para o velhinho que ainda parecia atordoado.
—Senhor, está bem? —perguntou com voz suave, mostrando preocupação genuína.

Ele sorriu com fraqueza.
—Estou bem, obrigado, menina. E fico contente por estar bem também. —Detendo-se, olhou para ela com ternura—. Como te chamas, querida?

—Leonor Mendes.

—Trabalhas aqui, na Almeida & Filhos? —perguntou ele, fitando-a.

—Não, senhor. Vim para uma entrevista —respondeu Leonor, com um sorriso cheio de esperança.

Ele sorriu, satisfeito.
—Pois eu acredito em ti, Leonor. Tenho a certeza que vais conseguir.

As suas palavras tão simples aqueceram Leonor de forma inesperada.

—Agradeço-lhe, senhor —disse ela, justo quando o elevador parou e as portas se abriram.

A multidão saiu, deixando Leonor e mais alguns a caminho do departamento de Recursos Humanos.
—Será que vamos conhecer o senhor Almeida hoje? —murmurou alguém ao lado dela.
—Porque é que ele se daria ao trabalho de aparecer para entrevistas de gente sem importância? —zombou outro—. A menos que chegue à diretoria, dificilmente verás o presidente Almeida.

—Leonor Mendes? —chamou uma voz clara na receção.
—Sou eu —respondeu ela, avançando.
—Pode entrar para a entrevista.

Enquanto isso, num luxuoso penthouse de vidro no Porto, com vista para o Douro, Miguel Almeida, CEO da Almeida & Filhos, falava ao telefone com irritação:
—Sr. Costa, a nossa equipa não estava no aeroporto para receber o avô. Já verificou a casa antiga dele em Gaia? Também não está lá. Raios partam o avô! Ainda está em recuperação e decidiu voltar a Portugal sem avisar?

Uma voz rouca trovejou do outro lado:
—E tu tens a lata de me perguntar? Passou um ano, Miguel! Um ano desde que me prometeste que me apresentavas a minha nora. Onde está ela? Ao menos casaste-te?

Miguel suspirou, esfregando a ponte do nariz.
—Avô, já lhe mostrei a certidão de casamento.

—Só a capa, rapaz! Achas que já perdi a cabeça? Não quero papéis, quero conhecê-la. Se não a vir, juro que… desisto desta vida!

Miguel cedeu, sabendo que resistir era inútil.
—Está bem, está bem. Se promete descansar, eu apresento-lhe. Um mês, certo? Só isso.

O velho bufou, relutante, e acrescentou:
—Ah, e uma rapariga chamada Leonor Mendes tem entrevista hoje na empresa. Contrata-a.

Miguel arqueou uma sobrancelha.
—Avô, a empresa contrata por mérito, sabe disso.

—Se chegou à entrevista, já é capaz. Essa Leonor… é gentil e bonita. Gosto dela. Muito.

Miguel conteve outro suspiro.
—Tudo bem. Contrato-a. Feliz agora?

Em Lisboa, Leonor entrou na sala de entrevistas. Cumprimentou nervosamente o painel e entregou o currículo.

À cabeceira, estava Beatriz Rosa. Ao vê-la, sorriu com desprezo.
—Ora, que coincidência.

Leonor sentiu o coração afundar-se. Estou perdida.

—Sai daqui —ordenou Beatriz, acenando com a mão.

—Nem sequer viu o meu currículo —replicou Leonor com um fio de rebeldia.

—Não preciso. Lixo como tu não tem lugar aqui.

Nesse momento, a porta abriu-se. Entrou Miguel Almeida, imponente, cada passo seu impunha silêncio.

Leonor, indignada, não se conteve:
—Está a rejeitar-me só porque a desafiei no elevador, não está?

Beatriz sorriu com presunção.
—E se for? Humilhaste um idoso, e isso foi errado.

—E se pudesse, faria de novo —retorquiu Leonor com firmeza—. Com entrevistadoras como a senhora, prefiro desistir.

Beatriz encolheu os ombros.
—Isso é contigo.

Miguel, que observara em silêncio, falou finalmente. Os olhos dele cravaram-se em Leonor.
—Quem é a Leonor Mendes?

—Sou eu —respondeu ela, surpresa.

Ele folheou o currículo abandonado.
—Estudaste design? O nosso departamento de design precisa de reforços?

—Está completo, senhor —apressou-se a dizer um gestor.

—Então começa como assistente na secretaria. João Costa, trata da sua entrada.

—Sim, senhor —respondeu João, confuso, levando Leonor para fora da sala.

Beatriz fulminou-a com o olhar.
—Esta já está a tentar seduzir o Almeida. Vai pagar-me isto…

Mais tarde, no escritório, Leonor ainda se acomodava quando uma voz grosseira soou:
—Então tu és a nova “bela do escritório”, é?

Era Ricardo Sousa, chefe de marketing, que se aproximou com olhar lascivo e tentou agarrar-lhe o braço.

—O que está a fazer? —Leonor afastou-o com uma chapada.

RRicardo abriu os olhos, indignado, mas Miguel surgiu atrás dele e, com um gesto frio, apontou para a porta: “Está despedido”.

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