O sangue escorria pela testa de Beatriz Monteiro enquanto ela se arrastava pelo chão de mármol, segurando as costelas com força. O homem que deveria amá-la — seu marido, Ricardo — estava de pé sobre ela, segurando um taco de beisebol manchado com o seu sangue.
“És inútil,” cuspiu ele, com o olhar gelado. “A Carolina merece muito mais do que tu alguma vez lhe poderias dar.” Carolina — a amante —, a mulher que o convidara a acreditar que Beatriz o estava a atrasar.
Naquela noite, a crueldade de Ricardo foi longe demais. Beatriz recusara-se a assinar os papéis para transferir a casa para o nome dele, e num acesso de fúria, ele ergueu o taco sem hesitar. Os vizinhos ouviram os gritos, mas ninguém se atreveu a interferir — Ricardo era influente na vila, e as pessoas temiam o que ele poderia fazer. Quando tudo terminou, Beatriz estava inconsciente, o corpo coberto de hematomas, o espírito despedaçado.
Mas Ricardo cometeu um erro fatal: esqueceu-se de quem Beatriz Monteiro realmente era. Esqueceu-se que os seus três irmãos — Rodrigo, Tiago e Duarte Monteiro — não eram apenas irmãos protetores. Eram os CEO de três das empresas mais poderosas do país.
Quando Rodrigo recebeu a chamada do hospital, a sua voz ficou fria como o aço. “Quem fez isto à minha irmã?” perguntou à enfermeira. No momento em que ela murmurou o nome, ele não disse mais uma palavra.
Em questão de horas, três jatos particulares levantaram voo de Lisboa, Porto e Faro, todos a caminho do mesmo destino: a pacata vila onde Ricardo pensava ser intocável.