Ele apressava-se para o aeroporto, a caminho do seu próximo voo. Mas o que viu pelo caminho obrigou-o a parar.
Naquele dia, tudo corria conforme o esperado, exceto pela chuva intensa que caía lá fora.
Estava já quase a chegar ao aeroporto quando avistou uma mulher debaixo da chuva, acompanhada de uma criança pequena. Por um instante, tentou ignorar e seguir em frente, mas a consciência pesou—teve de parar o carro e aproximar-se dela.
— Olá, posso ajudar? Por que está aqui com esta criança tão encantadora? — perguntou ele.
— Não tenho para onde ir — respondeu a mulher, abatida. — Fiquei sem casa por causa do meu marido e não sei o que será de nós. 😓😓
Sem hesitar, o homem tirou do bolso as chaves do seu apartamento e disse ao motorista para levá-las até lá, garantindo que tivessem tudo o que precisassem até ele regressar da viagem.
O motorista levou-as para casa, e ele seguiu para o aeroporto.
Duas semanas depois, ao regressar, dirigiu-se ao seu apartamento. Bateu à porta, mas ninguém respondeu. A porta estava destrancada, e ele entrou.
O que encontrou lá dentro deixou-o sem palavras…
Parou à entrada, o coração a acelerar. Na sala, estava uma mulher com uma criança, mas não eram os mesmos rostos que vira debaixo da chuva.
Brinquedos estavam arrumados pelo chão, o jantar recém-preparado sobre a mesa, e no piano havia um bilhete pequeno: *”Obrigado pela sua bondade. Estamos em casa.”*
Mas foi quando olhou para o canto da sala que o ar lhe faltou—um outro menino, enrolado num cobertor macio, estava ali sentado, encolhido.
Era um estranho para o Rui, mas de alguma forma, parecia familiar—os olhos eram os mesmos do bebé que encontrara na chuva, só que agora parecia ter quase sete anos.
A mulher ergueu o olhar e sorriu suavemente, mas havia inquietação no seu olhar: *”Ele encontrou-nos sozinho. Chamamos-lhe… o nosso milagre.”*
Rui sentiu a tensão a dissipar-se, mas algo crescia dentro dele—não era apenas gratidão. Era um mistério, um segredo que guardava uma descoberta extraordinária.