Conto de comédia leve e divertido perfeito para uma boa gargalhada

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O Mistério do Gelado Desaparecido

Conto de comédia leve e divertido perfeito para uma boa gargalhada, Era uma tarde quente em Faro. A cidade fervilhava com turistas, vendedores de peixe e crianças a correrem atrás de pombos que disputavam migalhas de pão. Na Praça do Carmo, a Gelataria Maré Doce era conhecida como um templo do gelado, sobretudo por um sabor especial: o gelado de doce de ovos — receita secreta passada de geração em geração, guardada como um tesouro nacional.

Naquele dia, porém, algo inesperado aconteceu: o gelado mais especial do ano desapareceu. Não era qualquer gelado. Era o “Gelado Real”, preparado apenas uma vez por ano, com ingredientes secretos vindos de toda a costa portuguesa.

A notícia espalhou-se pela cidade como fogo em palha seca:
O Gelado Real foi roubado!

E Faro entrou em alvoroço.

O Começo da Caça ao Gelado

Logo surgiu um voluntário improvável para investigar o caso: Joaquim, o senhor mais alegre da cidade, conhecido como “detetive do sorriso”. Ele vestia um colete listrado, um chapéu engraçado com mini guarda-chuvas coloridos e tinha sempre consigo um bloco de notas onde anotava tudo — incluindo listas de sobremesas preferidas.

Joaquim reuniu um pequeno grupo de investigadores:

  • Mariana, a neta curiosa, com óculos grandes demais e um bloco cheio de rabiscos;

  • Pedro, o padeiro local, conhecido pelas suas invenções doces;

  • Rita, a vendedora de flores, especialista em entregar pistas junto com um ramalhete perfumado.

— Temos que recuperar o Gelado Real antes que derreta… e antes que a cidade entre em pânico — disse Joaquim, com grande gravidade.

Todos assentiram solenemente. Nascia assim a “Agência de Investigação do Gelado Desaparecido”.

A Primeira Pista — O Chapéu do Suspeito

A primeira pista surgiu quando Pedro viu algo estranho junto à gelataria: um chapéu com estampas de gelado abandonado ao lado de uma casquinha vazia.

Joaquim pegou no chapéu como se fosse a prova do crime mais importante da história.

— Isto é prova suficiente para começarmos a caça ao gelado — declarou solenemente.

Mariana franziu o sobrolho:

— Mas como pode um chapéu provar alguma coisa?

— No mundo da investigação — respondeu Joaquim — tudo pode ser uma pista. Especialmente chapéus com desenhos de gelado.

Todos riram, e começaram a interrogar transeuntes na praça. Alguns ofereceram testemunhos improváveis:

— Vi um homem a fugir com três bolas de gelado e um guarda-sol — disse um vendedor de sardinhas.
— Ouvi música de gelado — comentou uma senhora com um carrinho de balões.

Joaquim anotou tudo. Para ele, qualquer detalhe podia levar ao culpado.

O Misterioso Homem da Praia

As pistas levaram-nos até à Praia da Rocha. Ao longe, um homem usava um chapéu gigante em forma de gelado de doce de ovos. Estava sentado numa cadeira de praia, a comer uma taça idêntica à receita do Gelado Real.

— É ele! — gritou Joaquim. — O ladrão!

Mas o homem levantou as mãos, sorrindo:

— Calma, amigos. Eu sou apenas o Sr. Gelado. Faço gelados experimentais para o festival anual. Este não é o Gelado Real.

Mariana franziu o sobrolho:

— Então porque tem esse chapéu?

O homem piscou o olho e disse:

— Porque o chapéu é parte do show. E o show é parte da vida.

Todos riram, mas Joaquim insistiu que não podiam parar. Precisavam de mais pistas.

A Feira do Gelado

Seguindo novas pistas, a equipa foi parar à Feira Nacional do Gelado — uma festa anual em Faro onde geladeiros apresentavam criações excêntricas: gelado de bacalhau, gelado de amêndoa amarga, gelado de sardinha caramelizada e até gelado de pastel de nata.

A feira fervilhava. Havia música, risos e um aroma doce que se espalhava pelo ar. Joaquim liderava a investigação com entusiasmo, enquanto Mariana anotava tudo.

Começaram a interrogar vendedores, mas ninguém sabia do Gelado Real desaparecido. Em vez disso, todos ofereceram gelados como prova de boa fé. Pedro provou gelado de pimenta doce, Mariana experimentou gelado de limão com manjericão, Rita provou gelado de café com crocante… e Joaquim, entre lambidelas, dizia:

— Estou convencido que a pista está aqui. Só não sei onde.

Foi então que ouviram o anúncio: “O concurso do Gelado Mais Engraçado de Portugal vai começar!”

O Concurso de Gelados

No palco, o apresentador explicou as regras. Joaquim, sempre disposto a envolver a sua equipa, decidiu inscrevê-los. Eles criaram uma receita inédita: “Gelado da Risada”, feito com baunilha, açúcar colorido e uma pitada de confusão.

Colocaram o gelado numa casquinha adornada com um chapéu de papel onde estava escrito:
“Procurado: Gelado Real”.

No palco, contaram uma história absurda sobre o desaparecimento, com efeitos sonoros feitos de colheres e casquinhas a cair. A plateia caiu na gargalhada. Crianças apontavam e diziam:

— É o mistério mais engraçado de sempre!

O júri aplaudiu, e a Família Gelado Desaparecido ganhou o concurso. Receberam como prêmio um troféu feito de casquinhas e um enorme saco de gelado grátis.

A Revelação do Gelado Real

Quando a festa atingia o clímax, apareceu um homem empurrando um carrinho antigo de gelados. Com um sorriso largo, anunciou:

— Eu tenho o Gelado Real! Mas não foi roubado. Foi escondido para tornar este dia mais divertido.

Mariana riu:

— Então tudo isso foi uma grande brincadeira?

— Exatamente — respondeu o homem. — Chamamos isto de “A Grande Caça ao Gelado”. É uma tradição para celebrar alegria, risos e amizade.

Joaquim, sorrindo, fechou o seu bloco de notas:

— Então conseguimos resolver o mistério… com mais gelado e mais gargalhadas.

A multidão aplaudiu, e todos começaram a comer gelado juntos, transformando a feira num enorme piquenique.

O Final Alegre

Ao cair da noite, a Praça do Carmo estava cheia de luzes, música e crianças com casquinhas na mão. A Família Gelado Desaparecido tornara-se famosa.

Manuel, um velho amigo que acompanhava o caso à distância, comentou:

— No fundo, o mistério não era sobre gelado. Era sobre trazer alegria às pessoas.

E assim, o Gelado Real deixou de ser apenas uma receita secreta. Tornou-se um símbolo de amizade, brincadeira e humor leve.

A cidade de Faro aprendeu naquele dia que, por vezes, a melhor aventura não está em resolver mistérios sérios, mas em criar histórias divertidas juntos.

E Joaquim? Ele prometeu continuar a sua carreira como detetive do sorriso — sempre em busca do próximo caso hilariante.

E todos viveram felizes… com gelado.

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