A jovem empregada de mesa nunca imaginaria que um simples gesto de bondade lhe custaria o emprego. Numa terça-feira fria, reparou num homem idoso junto à janela do café, acompanhado por um retriever dourado que tremia.
O homem parecia exausto, e as suas roupas revelavam um passado no exército. A empregada aproximou-se e ofereceu:
— O café é por minha conta hoje — disse, entregando-lhe uma chávena fumegante.
O veterano contou que o seu cão de serviço, Bento, estava ferido e que seguiam para uma clínica veterinária ali perto. Ele próprio não comia há dois dias. Imediatamente, a rapariga tirou da bolsa uma sanduíche e uma garrafa de água, oferecendo-as ao animal.
Mas o gerente viu e repreendeu-a com dureza:
— Não se distribui comida sem autorização.
As palavras não a demoveram — propôs pagar do próprio bolso. O gerente recusou.
Minutos depois, foi despedida à frente de todos, incluindo o veterano.
Este pousou-lhe a mão no ombro e murmurou:
— Não fez nada de errado. Espere aqui, já volto. 😨😨
Ela saiu do café, apertando o avental entre os dedos, sem saber que aquele gesto mudaria a sua vida para sempre.
O que aconteceu a seguir deixou toda a gente boquiaberta.
Assim que saiu à rua, um grupo de fuzileiros aproximou-se da entrada, e um silêncio súbito caiu sobre o local. O murmúrio da rua parou, e os corações dos presentes aceleraram.
Um dos soldados olhou-a nos olhos e perguntou, firme:
— É a Joana Marques?
Ela anuiu, confusa.
— Soubemos do que fez — continuou ele. — Mostrou compaixão e coragem, valores que honram qualquer soldado.
O veterano, que a observara ser despedida, sorriu.
Entregaram-lhe um envelope com uma carta de agradecimento do comandante e um convite para um evento em apoio a veteranos e seus animais.
As lágrimas caíram-lhe pelo rosto. O pequeno gesto que lhe custara o emprego tornara-se agora uma porta para algo maior.
Os transeuntes aplaudiram, e o café, antes palco de conflito, transformou-se num lugar de humanidade.